cantava a vida que dava dó de tão sofrida.
na descida, alto lá, ia de ré, bemol até
na subida, mais forte o sol,
mais ia sustenida.
se a melodia destoava,
baixava uma oitava.
suada na lida, soava a cantiga - ritmada.
chacota fazia da falta - que nota, muita, só na pauta.
ao sol, vibrava, sem dó, seu choro em ré menor:
"o que fala maior, em mi, é canção"
o pior, então, esquecia;
seguia em fá e ria
não cria lá em profecia
"fé no som!" é o que dizia
até diminuta, sua voz era de luta
como ela, não vi
seu tom era a vida em si