memorial de marias mortas
* sueli, de 31 anos, negra, moradora de uma satélite do DF, foi a um forró. em casa, ela tinha 4 crianças feitas com um ex-marido espancador, mais o atual marido. no forró, o ex-marido apareceu. deu várias facadas em sueli, que morreu um pouco depois, ainda no local. isso aconteceu em março de 2008.
* em 1993, sheila, então com 27 anos y duas filhas, uma de 5 y outra de 6 anos, é convidada pelo marido pra um jantar seguido de uma visita ao parque da cidade, onde acontecia uma 'feira dos estados'. era abril. ela chamou seu pai pro jantar, ele não quis ir. no estacionamento do parque, o marido de sheila a estrangula até a morte, indo em seguida a uma delegacia registrar queixa de assalto com morte de sua esposa. algumas horas depois, ele confessa o crime. um vigia que estava no estacionamento durante o assassinato, y que ouviu tudo, disse depois à imprensa que não quis se meter porque era assunto de marido y mulher. anos depois, o pai de sheila morre com de câncer dizendo à sua filha mais velha que se sentia culpado pela morte de sheila por não ter ido no jantar.
* em planaltina, DF, uma amiga da michelle, chamada carol, foi assassinada pelo namorado no apartamento dele a facadas. depois de matá-la y perfurar seu rosto inteiro, ele ligou pra casa dela, dizendo pra mãe: "vem aqui buscar sua filha que eu acabei de matar". depois ligou pra polícia, se entregando. isso aconteceu em 2006. uma vez ele tinha quebrado o celular no olho dela, que ficou roxo. se separaram, depois reataram, as amigas dizendo pra ela se afastar dele. ele deu um celular novo pra ela. ele era muito ciumento, não deixava ela falar com outro nenhum homem. só amiga mulher.
*era carnaval. cida me pediu que fosse com ela para a festa de carnaval, tinha feito até uma fantasia. pra mim e pra ela. era um vestidinho branco, bem curto, de egípcia. falei pra ela que meu marido nunca me deixaria sair com as pernas de fora daquele jeito. ela tinha recém desquitado do marido dela. o ex dela e o meu eram grandes amigos, desde a grande guerra. tinham vindo juntos pra volta redonda, onde nos conheceram. mas ela havia se separado, ele era muito mulherengo e ela não aguentou as humilhações. uma vez chegou em casa e tinha uma moça na sala, ela perguntou se ela era a irmã do onofre, cida não disse nada. subiu pro quarto para chorar. um dia encheu-se, pediu o desquite. e voltou para a casa dos pais. esse era o primeiro carnaval separada. mas eu não podia ir com ela, tinha que cuidar das minhas crianças. ela foi. sozinha. na volta onofre a esperava na varanda escura, era madrugada. e ele esperava, na sombra. matou-a com dois tiros no torso. alegou que ela tinha um amante e que defendia sua honra de marido. foi absolvido todas as vezes que a família de cida recorreu. eu nunca soube se ela tinha ou não um namorado.